quarta-feira, 16 de abril de 2008

PROFISSÃO

Escolha da Profissão

Sempre em minhas aulas no ensino médio eu inicio com a seguinte pergunta:

Já pensaram na profissão que irão abraçar no futuro?

E a resposta é sempre pela maioria: Não.

Vejo nos olhos dos adolescentes um certo medo de escolher e errar .Então, resolvi pesquisar sobre as profissões no site http://www.unesp.br/guia2008/010.php

E diz o seguinte:
Segundo psicóloga Norma Garbulho, do Centro de Psicologia Aplicada (CPA), da Faculdade de Ciências, câmpus de Bauru da UNESP, as dúvidas apresentadas pelos jovens refletem a pressão exercida pela família e os amigos. “A sociedade cobra a ‘escolha certa’, que deve ser para toda a vida. Isso causa no jovem a idéia da culpa caso a escolha não seja a mais adequada. As diversas opções de cursos divididos nas três grandes áreas – Biológicas, Exatas e Humanidades – apresentam-se para confundir ainda mais a cabeça do adolescente, já cheia de preocupações, como agradar aos pais, não se afastar dos amigos que escolhem outras carreiras e, ainda, procurar uma profissão que “dê dinheiro”. “Ele normalmente fica bastante confuso com o aumento de cursos oferecidos, a cada ano, e tem dificuldade em estabelecer a diferença entre os cursos que têm características semelhantes e especificidades muito sutis”. O número de informações sobre os cursos também é restrito e utiliza, em alguns casos, termos de difícil compreensão. “Os estudantes geralmente não tiveram oportunidades de desenvolver um repertório tão amplo”, elucida a docente de Bauru.
A falta de informações sobre a profissão pode acarretar uma escolha que, muitas vezes, não é a mais adequada ao perfil do aluno, e nem a seus sonhos. “A maioria das incertezas do jovem gira em torno da falta de conhecimento sobre si mesmo e do mundo que o cerca. Assim, ele sente dificuldade em optar por este ou aquele caminho por não identificar qual lhe proporciona maior prazer ou, ainda, qual será a melhor opção para ele”, explica o psicólogo Paulo Motta, do Centro de Pesquisa e Psicologia Aplicada (CPPA), da Faculdade de Ciências e Letras, câmpus de Assis - UNESP.

Hora de decidir

“A primeira coisa que o jovem que quer escolher uma profissão tem de fazer é: ‘decidir escolher’, ou seja, encarar o desafio, conscientizar-se de que tomou um caminho complicado, difícil, angustiante mas necessário”, fala Motta. Decidido a optar, o jovem precisa se conhecer. Quais são seus sonhos; o que lhe dá prazer; saber sobre seus medos, suas expectativas.
Entre todos os especialistas entrevistados, a opção por “fazer o que se gosta” é unânime. Por exemplo, o jovem está “plugado” na Internet o tempo todo, cria modelos em HTML de blogs. Ele deve se perguntar se gostaria de estudar e aprofundar-se em programação. Já outro, em sua vida escolar, não gosta de ler. Isto pode ser um bom sinal para não se aventurar em cursos como Filosofia ou Direito.
A busca por conhecer as profissões deve ser prioritária para aqueles que estão nessa fase. Além das informações de manuais, conversar com um profissional da área, para saber como é sua rotina, quais as possibilidades e campos de atuação. “Não é possível experimentar ser médico, advogado ou engenheiro; mas é possível saber o que estudam, onde trabalham, quanto ganham, etc.”, exemplifica o psicólogo. “É a escolha mais importante na vida do jovem, nesse momento. Ao decidir por uma profissão, ele deve lutar para que isso aconteça”, complementa.

Profissão x Carreira

Apesar de sua importância, a escolha por uma profissão não deve ser encarada como a “escolha final”, determinante de seus caminhos futuros. Para a psicopedagoga Maria Beatriz de Oliveira, do Centro de Pesquisas sobre a Infância e a Adolescência (Cenpe), da Faculdade de Ciências e Letras, câmpus de Araraquara, as pessoas devem se preparar para construir uma carreira. “Para uma carreira, não há um curso específico. O jovem vai oferecer trabalho ao mercado”, comenta.
Nesse sentido, a formação do estudante abrange aspectos mais amplos que a apreensão dos conhecimentos específicos de cada curso. “Ele vai se preparar para o mundo do trabalho, onde é importante uma boa base cultural, conhecer outros idiomas, saber lidar com perdas, ter iniciativa e criatividade. Ele será um profissional que estuda por toda a vida”, esclarece Maria Beatriz.
As características apresentadas pela psicopedagoga, somadas a um bom marketing pessoal, são condições essenciais para uma boa colocação e desempenho profissional, segundo Gláucia Santos, consultora de Recursos Humanos da empresa Catho Online Ltda. “Dinamismo, pró-atividade, raciocínio lógico são importantes nas entrevistas de emprego. A experiência profissional também conta muito; por isso, é essencial para o universitário fazer estágio”, aconselha, “e hoje é mais fácil arranjar estágio do que emprego”.
E a falta de emprego está no cerne das mudanças de paradigma apontadas por Maria Beatriz. “Hoje, o jovem deve ser um cidadão do mundo, corajoso e inventor”, diz. A psicóloga Norma aprofunda o tema e diz que o jovem precisa buscar metas que alterem o mundo ao seu entorno. “Ter um projeto que vá além do individual e que considere o lugar da pessoa no mundo, em relação com as demais, é fundamental. Para isso, é preciso coerência, reflexão, competência para compreender o mundo para além dos fenômenos que nos rodeiam, é buscar compreender as causas, a gênese dos acontecimentos, é buscar um sentido e um significado no trabalho, que ultrapassem a mera obtenção de sucesso, prestígio, glamour e dinheiro”, afirma.

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